sexta-feira, 3 de junho de 2011

Saber das coisas


Quando eu decidi fazer economia, eu não tinha ainda bem uma idéia definida do porque eu queria fazer. Era um curso interessante, que preparava "para a vida", e tinha grande aplicabilidade no mundo de verdade, mas eu ainda não tinha chegado a uma conclusão do porque.



Passados quase um ano e meio, mais especificamente no fim de semana passado, eu comecei a ler o livro "Freakonomics: o lado oculto e inesperado de tudo aquilo que nos afeta", um livro que ficou famoso pra caramba não só entre estudantes de economia, administração e afins, mas do público em geral.

Nele, o autor conta uma série de casos onde podemos provar alguns dos princípios básicos da economia. Esses casos, a princípio, não têm nada a ver um com o outro (o que diabos um professor tem a ver com um lutador de sumô? leia e descubra!) mas à media que o autor começa a desenvolver seu raciocínio, tudo fica muito claro, mesmo para quem nunca teve uma aula de teoria econômica na vida.

O livro em si é bastante curto, tem umas 200 páginas, com as cento e poucas restantes sendo de material adicional com artigos de jornal, postagens do blog que foi montado após a publicação do livro etc. Como aquelas cenas extras de filmes que a gente nunca vê quando ganha um DVD Duplo Edição Definitiva, mas nesse caso, eu acabei lendo a maioria deles (faltam alguns ainda, mas eu tenho outras tarefas que são mais urgentes agora, aliás, eu nem devia estar postando aqui e sim lendo).

E o que esse livro tem a ver com a minha escolha pela economia? Eu quero saber como o mundo funciona. Não só o mundo, mas as coisas em geral. Por isso eu gosto de história, pra isso eu posso utilizar a matemática e a estatística aprendidas no curso e para isso que serve a teoria econômica, para explicar como as coisas funcionam e como elas nos afetam. Ok, também temos a parte de previsão, que é mais ou menos uma meteorologia que dá bem menos certo do que a da Patrícia Poeta.

Para ser um economista, teoricamente a gente tem que ser bom em quase tudo, como disse Keynes uma vez:

O estudo da economia não parece necessitar nenhum dom especial ou raro de qualquer forma. Ele não é, intelectualmente falando, uma matéria bastante fácil comparada com os ramos maiores da filosofia e da ciência pura? Ainda assim, bons - ou no mínimo competentes - economistas são raros. Uma matéria fácil da qual poucos se destacam! O paradoxo encontra sua explicação, talvez, porque um verdadeiro economista deve possuir uma rara combinação de dons. Ele deve chegar a um alto patamar em uma série de direções diferentes e devem combinar esses talentos que frequentemente não são encontrados na mesma pessoa. Ele deve ser um matemático, um historiador, um estadista e até certo grau, um filósofo. Ele deve entender os símbolos e explicá-los em palavras. Ele deve contemplar as particularidades em termo das generalidades e tocar tanto o abstrato quanto o concreto durante o mesmo raciocínio. Ele deve estudar o presente sob a luz do passado pensando no futuro. Nenhuma parte da natureza de um homem ou de suas instituições deve ficar inteiramente fora desta tarefa.

É uma tarefa difícil e requer estudo pra caramba, afinal, haja versatilidade para entender o mundo. Mas se uma pessoa já é complicada, imagina 6 bilhões delas?

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