Quando eu decidi fazer economia, eu não tinha ainda bem uma idéia definida do porque eu queria fazer. Era um curso interessante, que preparava "para a vida", e tinha grande aplicabilidade no mundo de verdade, mas eu ainda não tinha chegado a uma conclusão do porque.
Passados quase um ano e meio, mais especificamente no fim de semana passado, eu comecei a ler o livro "Freakonomics: o lado oculto e inesperado de tudo aquilo que nos afeta", um livro que ficou famoso pra caramba não só entre estudantes de economia, administração e afins, mas do público em geral.
Nele, o autor conta uma série de casos onde podemos provar alguns dos princípios básicos da economia. Esses casos, a princípio, não têm nada a ver um com o outro (o que diabos um professor tem a ver com um lutador de sumô? leia e descubra!) mas à media que o autor começa a desenvolver seu raciocínio, tudo fica muito claro, mesmo para quem nunca teve uma aula de teoria econômica na vida.
O livro em si é bastante curto, tem umas 200 páginas, com as cento e poucas restantes sendo de material adicional com artigos de jornal, postagens do blog que foi montado após a publicação do livro etc. Como aquelas cenas extras de filmes que a gente nunca vê quando ganha um DVD Duplo Edição Definitiva, mas nesse caso, eu acabei lendo a maioria deles (faltam alguns ainda, mas eu tenho outras tarefas que são mais urgentes agora, aliás, eu nem devia estar postando aqui e sim lendo).
E o que esse livro tem a ver com a minha escolha pela economia? Eu quero saber como o mundo funciona. Não só o mundo, mas as coisas em geral. Por isso eu gosto de história, pra isso eu posso utilizar a matemática e a estatística aprendidas no curso e para isso que serve a teoria econômica, para explicar como as coisas funcionam e como elas nos afetam. Ok, também temos a parte de previsão, que é mais ou menos uma meteorologia que dá bem menos certo do que a da Patrícia Poeta.
Para ser um economista, teoricamente a gente tem que ser bom em quase tudo, como disse Keynes uma vez:
O estudo da economia não parece necessitar nenhum dom especial ou raro de qualquer forma. Ele não é, intelectualmente falando, uma matéria bastante fácil comparada com os ramos maiores da filosofia e da ciência pura? Ainda assim, bons - ou no mínimo competentes - economistas são raros. Uma matéria fácil da qual poucos se destacam! O paradoxo encontra sua explicação, talvez, porque um verdadeiro economista deve possuir uma rara combinação de dons. Ele deve chegar a um alto patamar em uma série de direções diferentes e devem combinar esses talentos que frequentemente não são encontrados na mesma pessoa. Ele deve ser um matemático, um historiador, um estadista e até certo grau, um filósofo. Ele deve entender os símbolos e explicá-los em palavras. Ele deve contemplar as particularidades em termo das generalidades e tocar tanto o abstrato quanto o concreto durante o mesmo raciocínio. Ele deve estudar o presente sob a luz do passado pensando no futuro. Nenhuma parte da natureza de um homem ou de suas instituições deve ficar inteiramente fora desta tarefa.
É uma tarefa difícil e requer estudo pra caramba, afinal, haja versatilidade para entender o mundo. Mas se uma pessoa já é complicada, imagina 6 bilhões delas?
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