quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quase morro de susto hoje de madrugada

Quando eu era pequeno, aprendi no colégio que o que nos diferenciava dos animais, basicamente, era a habilidade de nos comunicarmos, e o que nos diferenciava de culturas mais inferiores era ler e escrever. Hoje em dia, depois de tanto ler (e de uma leve reformulação na grade de conteúdos - e na forma como eles são ensinados - dos colégios) eu sei que a coisa não é bem assim, havia algumas civilizações que, mesmo avançadas, não sabiam ler nem escrever.

Apesar disso, eu demorei algum tempo até começar a ter gosto verdadeiro pela leitura. Lá pelos meus doze ou treze anos foi que a coisa começou a mudar um pouco. Não lembro de quem eu tinha pego emprestado, mas li o primeiro livro da saga Harry Potter (que eu não terminei de ver nos cinemas ainda) e acabei descobrindo como um livro bem escrito consegue prender a nossa atenção e nos levar naquela viagem mágica cheia de mimimis e blablablas que tentam forçar na cabeça das crianças pra ver se elas começam a ler (se esse tempo e esforço fossem dedicados a indicações de livros interessantes para a faixa etária, teríamos bem mais leitores por aí). 

Desde então, não parei mais, quando eu pego algum livro bom, não faço mais nada até terminá-lo, só que eu tenho o costume de guardá-los depois, assim como outros bens materiais que são importantes para mim. E é aí que a nossa história começa de verdade. Ontem de madrugada, eu estava bem feliz e distraído conversando no MSN no notebook quando a porta do meu livreiro abriu e um livro caiu. Seguido dele, todos vieram abaixo. Eu tomei um cagaço com aquilo, fiquei pensando "puta que pariu, o que vai sair dali de dentro agora, um fantasma?". Levantei para ver o que tinha acontecido e não tinham sido todos os livros que tinham caído, só os do andar de cima, que estava sobrecarregado e quebrou.

Depois de arrumá-los todos numa pilha do lado do computador, resolvi contar e descobri que tinha 60 livros no mesmo andar da prateleira. Não é a toa que a coitada não aguentou. Dentre eles, tem vários romances históricos, alguns livros da faculdade, livros de história, sociologia mesmo e alguns clássicos da humanidade. Tem vários que eu não li ainda (outro problema é comprar livros mais rapidamente do que eu consigo ler...), mas aí olha o resultado pós desastre:

Fantasma o caraio, era o peso do conhecimento mesmo

Quando eu era mais novo, tinha me ensinado que o que nos tornava "superiores" a outros povos era que tínhamos desenvolvido a escrita e a leitura. É feio e bobo dizer isso hoje em dia, mas se tem uma coisa que pode nos tornar (desculpem a falta duma palavra melhor, eu também odeio essa) diferenciados em relação às outras pessoas é o que nós lemos e, principalmente, como aproveitamos o que lemos para as nossas vidas. Dito isso, só tenho um pequeno problema: preciso agora dum livro de carpintaria pra aprender como consertar essa porcaria de livreiro que quebrou.

E o andar de baixo está ficando perigosamente carregado também...

Um comentário:

  1. És da geração Harry Potter!
    Nossa! Como eu sou velha... eu sou da geração que aprendeu a gostar de ler com a Coleção Vagalume... (mais especificamente com os livros do Marcos Rey).

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